A Mutualista Covilhanense pretende construir uma nova estrutura residencial para idosos na Covilhã, a Quinta da Hera – Nature Senior Residence, com 68 camas, a criar a partir das antigas instalações da Quinta da Hera, que foi espaço de restauração e eventos, anunciou Nelson Silva durante a cerimónia de tomada de posse dos órgãos sociais para o quadriénio 2022-26, que decorreu a 26 de janeiro no auditório da Associação.

O Presidente da Associação, reeleito em dezembro passado, especificou que o projeto foi submetido em meados de janeiro ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e que prevê uma residência principal e 12 moradias independentes pensadas para seniores autónomos. “É um projeto superior a cinco milhões de euros, a instalar numa área de mais de 3 mil metros quadrados, num conceito muito ligado à natureza e aos seus benefícios para os seniores” disse Nelson Silva na cerimónia – que contou com a presença de Regina Gouveia, Vereadora da Ação Social no Município da Covilhã, João Casteleiro, Presidente do CA do Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira, José Almeida, Vice-Presidente da União das Mutualidades Portuguesas, entre representantes de outras entidades, parceiros e instituições sociais da cidade e do concelho da Covilhã.

A estrutura principal terá 14 quartos duplos e 6 individuais, todos com casa de banho privativa, e nascerá da requalificação e ampliação do edifício já existe no espaço. Além dos quartos, este edifício vai concentrar as valências e serviços centrais de apoio ao funcionamento do equipamento. Nas imediações serão construídas as 12 moradias, todas de tipologia T1, com perto de 54 metros quadrados cada, podendo acolher um total de 24 residentes. Quanto ao exterior, terá zonas de convívio ao ar livre com bancos e mesas, zonas de atividades com equipamentos de ginásio, circuitos de manutenção, percursos pedonais acessíveis e 46 lugares de estacionamento.

“Contando com as 40 camas que já tem atualmente, a instituição passará a disponibilizar um total de 108 vagas após a construção da Quinta da Hera – Nature Senior Residence”, salientou Nelson Silva. A Instituição estima que, a ser aprovado no PRR, o equipamento esteja a funcionar em pleno em 2026.

Durante a sua intervenção, Nelson Silva fez também um balanço do trabalho realizado desde meados de 2014, ano em que tomou posse pela primeira vez como Presidente, destacando várias realizações nas três áreas de atuação da Instituição, que são a Saúde, o Apoio à 3ª Idade e as Migrações.

O dirigente frisou que, a par de investimentos importantes – como a criação de novas valências, entre as quais a Unidade Móvel de Saúde e a Unidade de Fibromialgia, a qualificação das valências de apoio à 3ª idade, o aumento do património, a requalificação do edifício que hoje é Casa Moura ou os 15 prémios nacionais ganhos, entre outros –, foi possível recuperar financeiramente a Associação.  “Esta recuperação financeira permite-nos olhar para o futuro com outra tranquilidade”, afirmou Nelson Silva.

Expansão da Unidade Móvel de Saúde entre os projetos futuros

“Fecha-se um ciclo, outro se abre para a Mutualista Covilhanense”, disse o dirigente. “Porque estão hoje criadas as condições para que possamos lançar o projeto estratégico de crescimento da Associação para os próximos vinte e cinco anos”, acrescentou.

Entre os projetos futuros, o dirigente fez especial referência à expansão da Unidade Móvel de Saúde. Na presença da Vereadora Regina Gouveia, Nelson Silva manifestou disponibilidade para, em articulação com o Município da Covilhã, levar o serviço médico da Unidade Móvel de Saúde às populações das freguesias do concelho que nos últimos meses começaram a deparar-se com falta de médico de família.  “É do conhecimento público que atualmente muitas das nossas freguesias estão sem médico de família ou com limitações a este nível”, constatou Nelson Silva. “É o nosso interior a continuar a esvaziar, um problema que inquieta e afeta as nossas populações e nós podemos ajudar a colmatá-lo, levando-lhes o serviço médico da nossa Unidade Móvel, assim a Câmara Municipal nos auxilie também a chegarmos até elas”, concretizou. Atualmente, a Associação já opera com a sua Unidade Móvel em 11 localidades do concelho, levando médico a muitas delas, em parceria com várias entidades, entre as quais a Câmara Municipal, e reúne condições técnicas para expandir a sua atuação e chegar a outras freguesias.

O Presidente do Conselho de Administração da Mutualista disse ainda que, também através da Unidade Móvel de Saúde, a Instituição está igualmente disponível para prestar apoio psicossocial às populações das freguesias do concelho afetadas pelo violento incêndio do último verão, “sem custos para a Câmara Municipal, da qual necessitamos apenas de apoio logístico para o concretizar”. Explicando que a Associação “tem os meios para começar de imediato”, Nelson Silva salientou que “é sabido que, em situações de catástrofe, a saúde mental e a prevenção de sintomatologia que pode surgir em resposta a eventos potencialmente traumáticos importa e muito”.

Por sua vez, Regina Gouveia, Vereadora com o pelouro da Ação Social, elogiou o percurso percorrido pela associação, que “tem sido muito diferenciador” e com um “olhar atento ao que a comunidade local necessita”, transmitindo que levará “os desafios lançados” por Nelson Silva para o seio do executivo camarário e em concreto ao Presidente da Câmara “para que sejam analisados nesse nível mais superior, como eles merecem”.

Outro dos intervenientes na cerimónia foi o Presidente da Assembleia Geral, João Morgado, também reconduzido no cargo nas eleições de dezembro, que demonstrou confiança no futuro e nos órgãos sociais empossados: “Hoje damos início a um novo ciclo, onde os novos órgãos sociais vão tentar desenvolver, o melhor possível, o seu trabalho durante os próximos quatro anos”. Relembrando a “época da pandemia” do mandato anterior, João Morgado falou numa fase “muito complicada que colocou à prova todos os que estiveram ao serviço da associação”. Afirmou, no entanto, que esse período “mostra a importância destas associações e as suas fragilidades”.  “Trabalhamos com seres humanos, mas acima de tudo com uma matéria-prima muito especial, que é a dignidade das pessoas”, acrescentou.

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